O grupo fez um trabalho chamado de meta-análise, que consiste na revisão de artigos científicos já publicados no mundo sobre o tema. Foram incluídos 18 ensaios clínicos que envolveram 2.282 pacientes.
A conclusão foi de que a ivermectina "estava associada à redução de marcadores de inflamação e eliminação viral detectada no PCR mais rápida".
Ainda de acordo com os pesquisadores, em seis estudos que envolviam casos moderados ou severos de covid-19, em 75% houve redução da mortalidade em quem fazia uso da ivermectina.
As conclusões foram publicadas no dia 19 de janeiro na plataforma Research Square e ainda precisam ser revisadas por pares para ter valor científico.
Os próprios autores relatam que "muitos estudos que foram incluídos [na meta-análise] ainda não foram publicados ou revisados por pares", o que deixa o trabalho "sujeito a questões confusas".
"Além disso, houve uma grande variação nos padrões de tratamento entre os ensaios, e a dose de ivermectina e a duração do tratamento foram heterogêneas. A ivermectina deve ser validada em estudos randomizados controlados de forma apropriada antes que os resultados sejam suficientes para revisão pelas autoridades regulatórias."
O jornal britânico Financial Times, que também noticiou a pesquisa, ressalta que o único antiviral com algum tipo de aprovação para tratar a covid-19 é o remdesivir.
Ivermectina se tornou uma das medicações mais citadas por aqueles que defendem tratamento precoce ou profilaxia contra a covid-19 |
Esse medicamento, um antiviral usado no tratamento do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, quando teve a doença, demonstrou benefícios na redução da chance de internação, mas nenhum efeito na diminuição de risco de mortalidade ou de carga viral - quantidade de vírus que circula na corrente sanguínea.
A ivermectina não é um antiviral, mas os resultados sugerem que o medicamento possa ter propriedades antivirais. Os pesquisadores ressaltam que os resultados são "encorajadores", mas mais estudos são necessários para fornecer evidências robustas para justificar uma aprovação do remédio para o tratamento da covid-19.
“É um medicamento usado no mundo todo. A substância medicamentosa custa 12 centavos. O remédio custa US$ 3 (R$15,80) na Índia e US$ 960 (R$ 5.054) nos Estados Unidos ”, afirmou Andrew Hill, um dos pesquisadores do estudo, ao Financial Times.
Ele acrescentou que a invermectina, ao reduzir a carga viral, pode tornar mais difícil uma pessoa se infectar, assim como transmitir a doença. "Se as pessoas com teste positivo para covid-19 forem tratadas imediatamente com um medicamento que elimine o vírus rapidamente, isso pode torná-las menos infecciosas", afirmou ao jornal. "Esta estratégia de 'tratamento como prevenção' funciona para o HIV e agora deve ser testada para a covid-19", concluiu.
Fonte: https://noticias.r7.com
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