Em coletiva de imprensa no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo (SP), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que foi vítima “da maior injustiça jurídica contada em 500 anos de história”. O petista fala à imprensa dois dias após retomar os seus direitos políticos e voltar a ser elegível. Na segunda-feira, 8, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) anulou todas as condenações de Lula, no âmbito da Operação Lava Jato, por entender que a 13ª Vara Federal de Curitiba, da qual o então juiz federal Sergio Moro era titular, não tinha competência para analisar casos que não se relacionavam com desvios praticados contra a Petrobras.
No início de seu discurso, Lula lembrou de quando foi preso, no dia 7 de abril de 2018 – ele ficou detido na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, por 580 dias. “Faz quase 3 anos que eu saí da sede desse sindicato para ir me entregar à Polícia Federal. Eu fui, obviamente, contra minha vontade porque sabia que estavam prendendo um inocente”, disse.
Lula agradeceu o ministro Edson Fachin pela “decisão tardia” e criticou os procuradores da Lava Jato e o ex-juiz federal Sergio Moro. “Fachin cumpriu uma coisa que a gente reivindicava desde 2016. A decisão que ele tomou, cinco anos depois, tardiamente, foi colocada por nós desde 2016. A gente cansou de dizer que a inclusão da Petrobras na vida do Lula, como criminoso, era a razão pela qual a quadrilha de procuradores da Lava Jato e o Moro entendiam que a única forma de me pegar era me levar para a Lava Jato, porque eu já havia sido liberado de vários outros processos, mas eles tinham como obssessão, porque queriam criar um partido político”, afirmou.
“Toda a amargura que passei, todo o sofrimento que passei, acabou. Estou muito tranquilo. Mas nós vamos continuar brigando para que Moro seja considerado suspeito. Porque ele não tem o direito de se transformar no maior mentiroso do Brasil e ser considerado herói. Hoje ele deve estar sofrendo muito mais do que eu sofri. Tenho certeza que o Dallagnol está sofrendo muito mais do que sofri. Porque eles sabem que cometeram um erro”, acrescentou o ex-presidente.
Vacina contra a Covid-19
Aos 75 anos, o ex-presidente também afirmou que pretende tomar a vacina na semana que vem e “fazer propaganda ao povo brasileiro”. “Semana que vem, se Deus quiser, vou tomar a minha vacina. Não me importa de que país, se são duas ou uma vacina. Quero fazer propaganda para o povo brasileiro: não siga nenhuma decisão imbecil do presidente da República ou do ministro da Saúde. Tome vacina. Tome vacina, porque a vacina é uma das coisas que pode livrar você do Covid. Mas, mesmo tomando vacina, não ache que você pode tirar a camisa, ir para o boteco, pedir uma cerveja gelada e ficar conversando. Não, você precisa continuar fazendo o isolamento, utilizando máscara e álcool em gel. Pelo amor de Deus, esse vírus, essa noite, matou quase 2 mil pessoas”, disse.
Eleições de 2022
Ao término de seu discurso, Lula respondeu a questionamentos de jornalistas. Questionado sobre articulações políticas e eleições presidenciais de 2022, o ex-presidente deu um indicativo de qual pode ser a estratégia do PT no eventual embate contra Bolsonaro. “O PT não pode ter medo de polarizar. O PT tem que ter medo de não polarizar e ficar esquecido”, diz Lula. “O PT sempre vai disputar as eleições para polarizar: com Bolsonaro, PSDB, DEM. Com qualquer partido”, avaliou.
Jovempan
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